Carta Aberta à São Paulo

São Paulo completa 470 anos e apesar de ter nascido em Ferraz de Vasconcelos, foi nessa imensidão que cresci ao me formar homem, marido e pai. Para alguém que chegava a São Paulo de trem, o desembarque na estação da Luz, e a possibilidade de contemplar a torre do relógio, foi uma das certezas que me acompanhou por muito tempo.

Certamente, essa passagem não é exclusividade da minha vida e sei que se assemelha à realidade de muitos que viveram ou ainda vivem essa relação com a cidade a partir da Estação da Luz, um símbolo que foi extremamente divulgado em 2023.

Para quem conferiu a primeira edição do The Town, irmão mais novo do Rock In Rio, pôde apreciar a experiência do The Town, o musical! Uma apresentação que teve como cenário a estação da Luz e, como tema musical, a cidade de São Paulo, a partir da ótica de um musico que chega à cidade para realizar seus sonhos. Soa familiar?

E como não falarmos do Réveillon na Paulista, em que o palco também tinha a representação da Luz ,e como disse o próprio prefeito Ricardo Nunes, trouxe uma memória para aqueles que vinham para São Paulo. De fato, grandes lembranças.

Acredito que essas duas ações deixam bem claro a importância da estação para a cidade e como a cidade tem compreendido seus símbolos e, a partir disso, valorizado as histórias de quem faz de São Paulo a maior metrópole da América Latina.

Como o próprio hino da cidade nos canta, “São Paulo, teu operário, da ferramenta fez devoção”, é assim que a cidade é, forjada no trabalho, na correria agitada de todos os dias, e nas tradições e histórias contadas em cada esquina, em cada apito de trem ou passos apressados por onde for. São Paulo é isso, e muito mais: é acolhimento, é diversidade, é prosperidade… talvez só não seja paz.

E você, qual sua história com São Paulo, será que ela passa pela Estação da Luz, pelo Museu da Língua Portuguesa ou pelo Mercadão? Será que pede pizza, coxinha ou pingado? Será que é São Paulo que se vive a pé, de bike ou de condução? São Paulo é rica, é plural e ainda assim particular. Viva São Paulo e seus 470 anos, um viva para quem a faz diariamente ser São Paulo.

Caio Luz