Durante a última COP28 (28ª Conferência das Partes), braço direto da ONU no que tange a responsabilidade pelo clima na Terra, foi anunciado pelo secretário municipal de Governo de São Paulo, Edson Aparecido, e pelo ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, a liberação de R$ 1,4 bilhão para custear aproximadamente metade da implantação do VLT Centro, após solicitação da Prefeitura paulistana no início de novembro, junto ao novo PAC do Governo Federal.
Para pensarmos sobre o futuro VLT, precisamos olhar para o passado e como a história de expansão do Centro paulistano passa muito pela impulsão e utilização dos antigos bondes, inicialmente tracionados por Burros, nos idos de 1870, até a modernização, com tração elétrica, no início do século XX, operados pela antiga Light.
Para uma simples comparação, na década de 1930 a cidade possuía cerca de 160 km de trilhos. A título de comparação, o Metrô-SP, possui atualmente 104 km de extensão dentro da capital paulista.
Com o avanço da produção de veículos automotores a partir da última metade da década de 1940, o aumento expressivo de ônibus, caminhões e carros, e o baixo custo do combustível de origem fóssil na comparação com o gasto, à época, para produção e distribuição da energia elétrica, em março de 1968 foi realizada a última viagem bondes paulistanos, entre os bairros da Vila Mariana e Santo Amaro.
Bem como os primórdios do modal na capital, que visava a fluidez e expansão do Centro, o novo projeto prevê a interligação de grandes centros comerciais paulistanos, como a famosa rua 25 de Março, ao Bom Retiro, polo comercial de referência nacional para a indústria têxtil.
A ideia deste “novo velho” modal vai além da ampliação das formas de locomoção, mas resgata uma proposta de turismo pelo Centro Histórico, permitindo maior rapidez no trajeto entre os mais famosos locais de arte e cultura da região, como o Museu Catavento; a Galeria do Rock; e o Edifício Martinelli.
O novo VLT paulistano, chamado de Bonde São Paulo, com capacidade para 450 passageiros, prevê, inicialmente, 12 km de extensão, divididos em duas linhas, e 27 estações. A expectativa é que ele esteja em funcionamento antes de 2028, ampliando a frota de veículos elétricos municipais que atualmente conta com cerca de 220 ônibus.
NOVOS “ANTIGOS” BONDES PAULISTANOS – O VLT DO CENTRO
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